Economia, tecnologia e inovação: da teoria da firma à gestão da inovação

Luciana Manhães Marins
DOI: https://doi.org/10.21529/RECADM.20070601003

Texto completo:

artigo

Resumo

Para a visão econômica neoclássica, a tecnologia representa uma variável estática, posta à disposição das firmas no mercado; as firmas são agentes racionais dotados de postura previsível com o objetivo de maximizar lucros. Por dedução, o processo de inovação é uma atividade de alocação ótima de recursos. A elaboração da Teoria da Firma abre o caminho para abordagens mais amplas acerca do processo de inovação tecnológica na firma na Economia. Nessa perspectiva, a coordenação dos processos de alocação dos recursos é assimilada pela firma; o processo de inovação passa a ser considerado interno e dependente da firma. Assim, aspectos antes desconsiderados, como diversidade, rotinas organizacionais, capacidades tecnológicas, estratégia, esforços de inovação e, até mesmo, coordenação e gestão passam a integrar os debates. A firma passa a ser vista como um agente cujas competências e cujo domínio sobre a tecnologia, devidamente alinhados a uma estratégia específica, buscam estabelecer sua própria trajetória de evolução. Este estudo examina a evolução das perspectivas acerca de tecnologia e inovação na Economia, destacando a relevância da Teoria da Firma enquanto marco teórico propulsor da elaboração de perspectivas mais amplas acerca do processo de inovação tecnológica na firma.

Palavras-chave

Economia; Gestão da Inovação; Tecnologia


Compartilhe


Referências


BARNEY, J. & HESTERLY, W. Economia das organizações: entendendo a relação entre organizações e a análise econômica. In: CLEGG, S.; HARDY, C; NORD, D. (Orgs.), Handbook de estudos organizacionais. São Paulo: Atlas, 2004. v. 3, p.131-79.

BELL, M. Learning and the accumulation of industrial technological capacity in developing countries. In: KING, K. & FRANSMAN, M. (eds.), Technological capability in the third world. Londres: Macmillan, 1984.

BELL, M. & PAVITT, K. Tecnological acumulation and industrial growth: contrasts between developed and developing countries. In: Industrial and Corporate Change, v. 2, n° 2, 1993.

BELL, M., SCOTT-KEMMIS, D. & SATYARAKWIT, W. Limited learning in infant industry: a case study. In: STEWART, F. & JAMES, J. (eds.), The economics of new technology in developing countries. London: Francis Pinter, 1982.

COASE, R. The nature of the firm. In: Economica, v.4, 16, p.386-405, 1937.

DOSI, G. The nature of the innovative process. In: DOSI, G., FREEMAN, C., NELSON, R., SILVERBERG, G. & SOETE, L. (eds.). Technical change and economic theory. Londres: Pinter Publishers, 1988.

DUTRÉNIT, G. Learning and knowledge management in the firm - from knowledge accumulation to strategic capabilities. Cheltenham: Edward Elgar, 2000.

FIGUEIREDO, P. N. Technological learning and competitive performance. Cheltenham, UK, & Northampton, USA: Edward Elgar, 2001.

KATZ, J. Tecnología, economía y industrialización tardia. In: SALOMÓN, J., SAGASTI, F. & SACHS, C. Una búsqueda incierta: ciencia, tecnología y desarrollo. Ciudad del México: Fondo de La Cultura Económica, 1994.

KATZ, J., GUTKOWSKI, M., RODRIGUES, M. & GOITY, G. Productivity, technology and domestic efforts in research and development. Buenos Aires: Ecla/IDB/IDRC/UNDP Research Programme on Scientific and Technological Development in Latin America, Working Paper, n° 14, 1978.

KIM, L. Crises construction and organisational learning: capability building in catching-up at Hyundai Motor. Hitosubashi-Organisation Science Conference. Tokyo, Outubro, 1995.

LALL, S. Learning to industrialise: the acquisition of technological capability by India. Londres: MacMillan, 1987.

NELSON, R. & WINTER, S. An evolutionary theory of economic change. Cambridge: Harvard University, 1982.

SIMON, H. Administrative behavior. Nova Iorque: Free Press, 1947.

SMITH, A (1776). A riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. São Paulo: Abril Cultural, 1983. (Coleção Os Economistas)

SCHUMPETER, J. (1912). A teoria do desenvolvimento econômico. São Paulo: Abril, 1985 (Coleção Os Economistas)

SCHUMPETER, J. (1942). Capitalismo, socialismo e democracia. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961. (para a tradução brasileira)

WILLIAMSON, O. The economic institutions of capitalism. Nova Iorque: Free Press, 1985.

WILLIAMSON, O. Economics and organization: a primer. In: Califórnia Management Review, v.38, n.2, p.131- 146, 1996.

ZAWISLAK, P. In: Nota técnica. In: CLEGG, S.; HARDY, C; NORD, D. (Orgs.) Handbook de estudos organizacionais. São Paulo: Atlas, 2004, v. 3, pp.180-5.




Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.