APLICAÇÃO DE CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS PELAS ATENDENTES, NO DIA-A-DIA DA CRECHE, APÓS TÉRMINO DE CURSO DE QUALIFICAÇÃO PARA EDUCADORES INFANTIS
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PDFResumo
O presente relato apresenta dados de pesquisa realizada com educadoras infantis que exerciam essa atividade com crianças de 0 a 6 anos, porem, sem formação especıfica para atuar na área (atendentes, babas, auxiliares, cozinheiras, entre outras) e que freqüentaram cursos de qualificação promovidos pela Secretaria de Estado do Emprego e Relações do Trabalho, a Secretaria de Estado da Criança e Assuntos da Família e a Secretaria de Estado da Educação, em convenio com a Universidade Federal do Paraná, nos anos de 1997, 1998 e 1999. Participaram trabalhadoras de creches de 25 municípios da Região Metropolitana de Curitiba e do Litoral Paranaense. O objetivo da pesquisa foi verificar se após o termino do curso, as alunas continuaram utilizando os conhecimentos adquiridos e se verificaram mudanças em sua prática atribuíveis àquela qualificação. No ano de 1997, foi montado um plano piloto e verificado que algumas das alunas que frequentaram o curso possuíam escolaridade entre 4ê e 8ê series mas, a maioria possuía escolaridade entre o Ensino Médio e o Superior; no ano de 1998, a maioria tinha ate Ensino Médio e no ano de 1999, a escolaridade da maioria das participantes era Ensino Fundamental. Essa diferença deve-se ao fato de que foi enfatizado, após o primeiro ano de curso, que era urgente selecionar e trabalhar com quem possuía menos escolarização e ao mesmo tempo deveria ser incentivado o retorno dessas trabalhadoras à escola buscando elevar o nível de formação escolar regular, em função das exigências da nova LDB. A faixa etária das alunas era muito variada, desde os 18 anos ate os 70 anos e a renda salarial recebida mensalmente variava entre um a dois salários mínimos e meio. De 278 questionários enviados, 125 foram devolvidos pelos Correios (48%), 50 retornaram respondidos (18%). A maioria das respostas ressalta a importância que o curso teve para provocar modificações na pratica educativa, na forma de entender as crianças e para incentivar a volta ou a continuação de estudos regulares. O curso incentivou também, segundo vários relatos, a avaliação e a crıtica das condições de trabalho nas creches. Dezesseis alunas responderam ter continuado os estudos regulares, mas, abandonaram o trabalho na creche e buscaram emprego no ensino fundamental ou na área de sa“de em função dos baixos salários percebidos nas creches.