Narrativas para ecologia do cotidiano escolar: som gerador e música geratriz
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PDFResumo
Práticas pedagógicas nascem de vivências compartilhadas ao longo da vida escolar e, incorporadas na dinâmica educativa, têm reflexo no exercício docente e na vivacidade do processo de aprenderensinar. Nas pesquisas de doutorado, narrativas surgem como metodologia para compreensão e reterritorialização do cotidiano escolar. O objetivo desse trabalho é compartilhar formas de agir no cotidiano escolar que motivem a criação de narrativas individuais/coletivas no ambiente da sala-de-aula como lócus acústico. As narrativas são motivadas por duas formas diferentes de tratar a expressão sonora: som e música geradores, parafraseando a palavra geradora de Paulo Freire. O som como célula viva é utilizado para motivar a percepção sensível da audição; nesse caso, o som gerador é aleatório: síbala, ecosom, célula sonora. Esse som gera percepções únicas para cada ouvinte e sua percepção auditiva da experiência, pelo filtro da sua reflexão sensível, é acolhida para que manifeste a dimensão subjetiva, em um meio coletivo de forma mais flexível e criativa. A música surge na canção de Raul Seixas que utiliza como tema geratriz a cidade. A partir da música, busca-se investigar combinações possíveis no sentido de despertar um diálogo com a cidade subjetiva de cada aluno, dando espaço para expressão sonora e musical subjetiva, filtrada pela lógica da sensação e expressas em narrativas sobre a cidade. Ambos têm com objetivo uma prática no sentido Freireano, que liberta a auto-expressão em oposição à expressão padronizada, que não permite a criação, mas tão somente a reprodução. Também abordam o tema da Cidade Subjetiva para a restauração proposta por Guattari de uma expressão sensível ecosófica sobre as megacidades que a tudo engolem, incluindo os ambientes de vida e convivência, tais como ocorrem com as áreas verdes, que são tomadas por outros espaços padronizados e sinalizados por uma vida besta, sem expressão das subjetividades.