UTILIZAÇÃO DE TEORIAS EM PESQUISAS NA ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO NO BRASIL: REFLEXÕES INICIAIS
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As teorias têm múltiplos papéis em um campo de conhecimento, desde o entendimento das causas de um determinado fenômeno até a previsão do seu comportamento. Desta forma, analisar a utilização e o papel das teorias em uma determinada área do conhecimento é uma forma de compreender a gênese deste campo e de discutir pontos que podem ser explorados. O objetivo deste artigo é analisar a utilização de teorias nas pesquisas em ADI em termos de frequência e diversidade. Foram analisados todos os artigos publicados nas revistas RESI e JISTEM (as duas principais revistas sobre o assunto no Brasil) desde a fundação de ambas (2002 e 2004) até 2014, totalizando 396 artigos analisados. A tipologia de Gregor (2006) para análise de teorias foi utilizada. Esta taxonomia considera diferentes papéis de uma teoria: analisar, explicar, predizer, explicar/predizer, desenhar e agir. Um conjunto de 32 artigos citou 18 diferentes teorias, citadas por até 2 artigos. Estes resultados foram comparados com a pesquisa de Lim et al. (2009), que identificaram as teorias mais utilizadas nos periódicos MIS Quarterly e Information System Research: 70% dos 386 artigos analisados empregaram no mínimo uma teoria, e as dez teorias mais citadas estão presentes em 90% dos artigos. As publicações nas revistas brasileiras utilizam menos teorias (5,3%) e menor diversidade de teorias (18) em relação aos artigos das revistas americanas (70% e 154). Mesmo considerando as diferenças entre as revistas, o baixo uso de teorias nas pesquisas brasileiras traz algumas preocupações.