As práticas organizativas do distrito de Ratones na resistência à proposta de plano diretor “participativo” feita pela Prefeitura de Florianópolis, à luz da teoria política do discurso

Kellen da Silva Coelho, Eloise Helena Livramento Dellagnelo, Amarildo Felipe Kanitz
DOI: https://doi.org/10.21529/RECADM.2014006

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Resumo

Ao entender que, na contra hegemonia, pudesse se manifestar um organizar alternativo, analisaram-se práticas organizativas do movimento de resistência à proposta de Plano Diretor “Participativo” da Prefeitura Municipal de Florianópolis, entre 2009 e 2011, em especial as práticas do Distrito de Ratones. Este movimento compunha-se de pessoas de diversos segmentos da sociedade, dentre eles membros dos treze distritos do Município. Inicialmente, tendia-se a crer que, em distritos onde houvesse uma tradição de luta por participação política, a organização da resistência ao modelo dominante de planejar o município se configurasse de modo mais efetivo. Contudo, o Distrito de Ratones, sem essa tradição de luta política na história do Planejamento Urbano de Florianópolis, também manifestou uma organização da resistência efetiva e, por esta singularidade, foi possível supor que tal organização apresentasse indícios de práticas organizativas alternativas ao modelo dominante de organizar e assim, tornou-se objeto de análise deste artigo. Na tentativa de não se vitimar pela concepção dominante de estudos organizacionais e pela noção, muitas vezes, restrita de organização nos estudos sobre movimentos sociais, utilizou-se a Teoria Política do Discurso. Os resultados revelaram que o distrito, embora não de forma exclusiva, adotou predominantemente várias práticas alternativas ao modelo hegemônico de organização.


Palavras-chave

Organização da resistência; Teoria Política do Discurso; Plano Diretor


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