Mudança organizativa: a gestão hospitalar do parto como prática

Ana Carolina Júlio, César Tureta
DOI: https://doi.org/10.21529/RECADM.2023003

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Resumo

Este trabalho objetiva compreender o processo de manutenção-mudança da gestão hospitalar do parto. Utilizamos a ontoepistemologia da prática, segundo Schatzki, e conduzimos um Estudo baseado em prática em uma maternidade pública, triangulando observação, entrevistas e pesquisa documental. Para além de uma atividade médico-hospitalar, a gestão do parto é uma prática sociomaterial sobreposta a outras (práticas maternas, médicas e de gestão da saúde), construída por meio da interação entre humanos e não humanos. Argumentamos que a manutenção-mudança da gestão do parto é interdependente: há dissolução de determinadas atividades e arranjos materiais, ao mesmo tempo em que outros elementos se mantêm inalterados. Nossa principal contribuição teórica é a análise da “manutenção-mudança” das práticas como um processo único, simultâneo e recursivo; evidenciando o dinamismo das práticas e a mudança como elemento constitutivo da vida organizacional/social. Em termos práticos, este trabalho pode contribuir para a formulação de políticas públicas de saúde e para uma gestão hospitalar do parto centradas na mulher e organizadas em torno de uma nova lógica (para além da técnica médica); com potencial de reduzir o índice de cesárias desnecessárias e, consequentemente, os custos das maternidades e do sistema de saúde; ampliando o debate sobre gestão hospitalar, seus atores e práticas.


Palavras-chave

práticas sociais; mudança organizacional; processos organizativos; gestão hospitalar; parto


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