Cultura organizacional como elemento de controle: uma perspectiva antropológica

Gustavo Costa de Souza
DOI: https://doi.org/10.21529/RECADM.20070602003

Resumen

O presente estudo teórico-empírico visa compreender a cultura como elemento de controle na implementação de um programa de excelência em qualidade, segurança patrimonial, meio ambiental e saúde ocupacional (QSMS). Baseado em um estudo de caso de uma grande empresa brasileira, o autor identificou elementos na cultura organizacional que impediam a implementação do programa. O conceito de habitus, de Pierre Bourdieu, nos ajuda a compreender a cultura não só como o estado da mente, mas como um estado também do corpo, o qual foi incorporado através das práticas cotidianas. O conceito de fato administrativo, de Guerreiro Ramos (1983), é também central na análise, pois permite identificar a racionalidade em que se encerra o discurso dos sujeitos. A metodologia baseada em semiótica e análise de discurso permitiu compreender os pressupostos lógicos que davam base para a ação das pessoas e estruturavam sua percepção da realidade. Tal metodologia nos permitiu também concluir que a dinâmica cultural e a lógica de poder vigente precisariam ser afetadas a fim de ampliar a perspectiva quanto ao real por parte dos sujeitos e, de fato, implementar o programa.

Palabras clave

cultura; controle; segurança; habitus; análise de discurso


Compartilhe


Referencias


AKTOUF, Omar. O simbolismo e a cultura de empresa: dos abusos conceituais às lições empíricas. In: CHANLAT, Jean-François (Coord.). O indivíduo na organização: dimensões esquecidas. São Paulo: Atlas, 1994. v. 2. p. 39-79.

BARBOSA, Lívia. Cultura e empresas. Rio de Janeiro: J. Zahar, 2002.

BARBOSA, Lívia. Cultura administrativa: uma nova perspectiva das relações entre antropologia e administração. Revista de Administração de Empresas, Rio de janeiro, v. 36, n. 4, p. 6-19, out./dez. 1996.

BARROS, M. A.; PRATES, B. T. O estilo brasileiro de administrar. São Paulo: Atlas, 1996.

BERGER, Peter. Perspectivas sociológicas: uma visão humanística. Petrópolis: Vozes, 1986.

BOURDIEU, Pierre. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 1996.

BRANDÃO, Helena; H. Nagamine. Introdução à análise do discurso.

Campinas: Ed. da Unicamp, 2002.

CHANDLER, Daniel. Semiotics: the basics. London: Routledge, 2002.

DA MATTA, Roberto. O que faz o Brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1986.

DA MATTA, Roberto. A casa e a rua: espaço, cidadania, mulher e morte no Brasil. São Paulo: Escuta. 1992.

DEAL, Terence E.; KENNEDY, Allan A. Corporate cultures: the rites

and rituals of corporate life. Reading, MA: Addison-Wesley, 1982.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.

HOFSTEDE, Geert. Culture consequences: comparing values, behaviors, institutions and organizations across nations. Beverly Hills, CA: Sage, 2001.

HOWARTH, David. Discourse. Buckingham: Open University Press, 2000.se. vemrte.ço do Gerente Geral da Revap)Revap, este estudo toma como objeto de investigação.

MIGUELES, Carmen. Trabalho, poder e subjectividade na gestão empreendedora. Revista Portuguesa e Brasileira de Gestão, Rio de Janeiro; Lisboa, v. 2, n. 2, p. 58-72, abr./jun. 2003a.

MIGUELES, Carmen.O estudo da cultura organizacional: as dificuldades estão no objeto ou nas formas de defini-lo? Cadernos EBAPE, Rio de Janeiro, v.1, n. 2, p. 1-16, dez./2003b.

MIGUELES, Carmen. O exercício do poder pelos administradores e a motivação dos empregados.: algumas considerações teóricas sobre esta relação. Revista de Administração Pública. Rio de Janeiro, v. 3, n. 33, p. 113-38, maio/jun./1999.

MORGAN, Gareth. Imagens da organização. São Paulo: Atlas, 1996.

MOTTA, Fernando C. Prestes; CALDAS, Miguel P. (Org.) Cultura organizacional e cultura brasileira. São Paulo: Atlas, 1997.

OUCHI, Willian G. Theory Z: how american business can meet the japonese chalenge. Reading, MA: AddisonWesley, 1981.

PETERS, Thomas; WATERMAN, Robert H. In search of excellence: lessons from America’s best-run companies. New York: Harper and Row, 1982.

PINTO, Milton José. Comunicação e discurso. São Paulo: Hacker Ed., 2002.

RAMOS, A. Guerreiro. Administração e contexto brasileiro: esboço

de uma teoria geral da administração. Rio de Janeiro: FGV, 1983.

SCHEIN, Edgard. Organizational culture and leadership. San Francisco: Jossey-Bass Inc. Publishers, 1985.

SMIRCICH, L.; CALAS, M. B. Organizational culture: a critical assessment. In: JABLIN, F. M. (Dir.) Handbook of organizational communication. Beverly Hills, CA: Sage, 1987.




Licencia de Creative Commons
Este obra está bajo una licencia de Creative Commons Reconocimiento 4.0 Internacional.