Teletrabalho no cenário pós-pandemia: elementos estruturais direcionadores para implantação do modelo

Hericson Caprioli, Alex Sandro Quadros Weymer
DOI: https://doi.org/10.21529/RECADM.2024009

Texto completo:

PDF

Resumo

O objetivo deste estudo foi identificar os elementos estruturais direcionadores para implantação de um modelo de teletrabalho no cenário pós-pandemia. A construção teórica se apoiou na literatura especializada sobre teletrabalho e mudança organizacional, especialmente a partir da estrutura de design proposta no modelo star model de Galbraith. A estratégia de pesquisa é do tipo estudo de caso. A técnica de análise de dados utilizada foi a análise de conteúdo das entrevistas realizadas com 24 líderes e colaboradores da cooperativa relacionados ao tema, gerando 409 citações, 58 subcategorias e cinco categorias analíticas, que foram sistematizadas com o auxílio do software atlas.ti 8.0.  Após a análise dos dados, foi possível evidenciar que os principais elementos estruturais (sintéticos) para implantação do modelo de trabalho estão coerentes com as dimensões da estrutura teórica escolhida: estratégia, estrutura, processos e competência lateral, sistema de recompensas e o de pessoas. No entanto, também foi possível perceber que existem elementos estruturais (analíticos) específicos e significativos que precisam ser considerados por aquelas organizações que almejam migrar ou implantar um modelo de teletrabalho, ressalvadas as peculiaridades do contexto específico da organização cooperativa deste estudo.

Palavras-chave

mudança organizacional; teletrabalho; star model; cooperativa

Compartilhe

Referências


Almeida, T. D. F. D. (2021). O contributo das competências emocionais nos processos de mudança organizacional em contexto de teletrabalho (Doctoral dissertation).

Antunes, E. D., Ribeiro, B. C., Santos, M., & Fischer, F. M. (2023). A ponta do iceberg: o teletrabalho durante a pandemia. Saúde e Sociedade, 32, e220075pt. https://doi.org/10.1590/S0104-12902023220075pt

Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. São Paulo. SP: Edições, 70.

Batista Neto, A. R. (2008) Fatores que impactam o desempenho de pequenas empresas. 379 f. Dissertação (Doutorado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção – COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Rio de Janeiro.

Bauer, M. W., & Aarts, B. (2002). A construção do corpus: um princípio para a coleta de dados qualitativos. In M. W. Bauer & G. Gaskell (Eds.), Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som, 39-63. Petrópolis: Vozes.

Burrell, G. and Morgan, G. (1994), Sociological paradigms and organisational analysis. Routledge, London.

Castells, M. (2020). O digital é o novo normal. Fronteiras do Pensamento, 26.

Christofoli, V., & Weymer, A. S. Q. (2023). A relação entre autoeficácia e reputação organizacional em organizações cooperativas. Cadernos Ebape.BR, 21, e2022-0015. https://doi.org/10.1590/1679-395120220015

Daft, R. L. (2008). Organizações: teoria e projeto. (2 ed.) São Paulo: Cengage Learning.

Duarte, M. S. (2021). Relação entre recompensas e comprometimento em ambiente de teletrabalho: estudo efeitos de mediação (Doctoral dissertation, Instituto Superior de Economia e Gestão).

Durães, B., Bridi, M. A. D. C., & Dutra, R. Q. (2021). O teletrabalho na pandemia da covid-19: uma nova armadilha do capital? Sociedade e Estado, 36, 945-966. https://doi.org/10.1590/s0102-6992-202136030005.

Eirich, R., Schäfer, B., & Ringlstetter, M. J. (2022). Organisation design frameworks and digital innovation-an extension of Galbraith's STAR model. International Journal of Entrepreneurship and Innovation Management, 26(5-6), 340-358. https://doi.org/10.1504/IJEIM.2022.128228.

Ferreira, M. P. (2021). A ampliação do teletrabalho e home office em tempos de pandemia e seus reflexos na saúde do trabalhador. Revista do Direito do Trabalho e Meio Ambiente do Trabalho| e-ISSN, 2525, 9857. https://doi.org/10.1590/S1679-39512010000100006

Furlanetto, C. D. D. M., Weymer, A. S. Q., & Matos, R. D. (2023). Capitalismo consciente e construção de relações humanizadas: um estudo em uma cooperativa de crédito sob a perspectiva do sensemaking. Revista de Administração Contemporânea, 27. https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2022210251.por.

Galbraith, J. R. (2014). Designing organizations: Strategy, structure, and process at the business unit and enterprise levels. John Wiley & Sons.

Galbraith, J., Downey, D., & Kates, A. (2011). Projeto de organizações dinâmicas: um guia prático para líderes de todos os níveis. Bookman Editora.

Gálvez, F. M. D. C. S., & Mendoza-Moheno, J. (2022). Alineación del diseño organizacional a una empresa por medio de la aplicación del Modelo Estrella. Boletín Científico INVESTIGIUM de la Escuela Superior de Tizayuca, 8(15), 36-42. https://doi.org/10.29057/est.v8i15.8751.

Góes, G. S.; Martins, F. S.; & Alves, V. O. (2023). Os condicionantes do teletrabalho potencial no brasil. / Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)- Brasília: Rio de Janeiro. Acesso em: 09/12/2023. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/portal/categorias/45-todas-as-noticias/noticias/13534-20-5-milhoes-de-trabalhadores-estao-em-ocupacoes-com-potencial-de-trabalho-remoto-no-brasil

Goswami, M. (2022). Theoretical model to gauge the organization’s readiness of flexible work arrangements (Work-From-Home). In: Rajagopal, Behl, R. (eds) Managing Disruptions in Business. Palgrave Studies in Democracy, Innovation, and Entrepreneurship for Growth. Palgrave Macmillan, Cham. https://doi.org/10.1007/978-3-030-79709-6_15.

Goulart, E. L., Weymer, A. S. Q., & Moreira, V. R. (2022). The influence of self-efficacy on training effectiveness in cooperative organizations. Revista de Administração da UFSM, 15, 331-353. https://doi.org/10.5902/1983465967213.

Kristensen, S. S., & Shafiee, S. (2019, September). Rethinking organization design to enforce organizational agility. In 11th Symposium on Competence-Based Strategic Management , 14.

Lemus-Aguilar, I., Morales-Alonso, G., Ramirez-Portilla, A., & Hidalgo, A. (2019). Sustainable business models through the lens of organizational design: A systematic literature review. Sustainability, 11(19), 5379. https://doi.org/10.3390/su11195379.

Lewis, L. (2019). Organizational change. In Origins and traditions of organizational communication, 406-423. Routledge.

Machado, L. C. P., & Neiva, E. R. (2017). Práticas de gestão da mudança: impacto nas atitudes e nos resultados percebidos. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, 17(1), 22-29.

Maxwell, J. A. (2005). Qualitative research design. Thousand Oaks: Sage.

Mohammadi, M., Rahimi, E., Davatgari, A., Javadinasr, M., Mohammadian, A., Bhagat-Conway, M. W., Salon, D., Derrible, S., Pendyala, R. M., & Khoeini, S., (2022). Examining the persistence of telecommuting after the COVID-19 pandemic. Transportation Letters, 1-14. https://doi.org/10.1080/19427867.2022.2077582.

Nadler, D. A., Gerstein, M. S., Shaw, R. B. (1993). Arquitetura organizacional: a chave para a mudança empresarial. (2. ed.) Rio de Janeiro: Campus, p. 95-113.

Oliveira, P. N., & Rowe, D. E. O.(2022) Teletrabalho e pandemia: passado, presente e futuro. Encontro de Administração Pública da ANPAD, 9, 6- EnAPG .

Pellin, N. P., Weymer, A., Dissenha, L. A., & Bauer, M. A. L. (2021). Organizational links and sensemaking in a medical work cooperative system. Qualitative Research in Organizations and Management: An International Journal, 16(2), 388-408. https://doi.org/10.1108/QROM-08-2020-2015.

Rosenfield, C. L., & Alves, D. A. de .. (2011). Autonomia e trabalho informacional: o teletrabalho. Dados, 54(1), 207–233. https://doi.org/10.1590/S0011-52582011000100006.

Rossoni, L., Guarido Filho, E. R., & Estácio, A. D. F. R. (2011). Environmental pressures and adoption of training and development practices: understanding the moderator and mediator role of organizational values. Available at SSRN 1736133. http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.1736133.

Saldaña, J. (2013). The coding manual for qualitative researchers. (2.ed.) London: Sage.

Salon, D., Mirtich, L., Bhagat-Conway, M. W., Costello, A., Rahimi, E., Mohammadian, A. K., ... & Pendyala, R. M. (2022). The COVID-19 pandemic and the future of telecommuting in the United States. Transportation Research Part D: Transport and Environment, 112, 103473. https://doi.org/10.1016/j.trd.2022.103473.

Schall, M. A. (2019). The Relationship between remote work and job satisfaction: the mediating roles of perceived autonomy, Work-Family Conflict, and Telecommuting Intensity. 59 f. Dissertação (Mestrado) - Master of Science, San Jose State University.

Stake, R. (1995). The Art of Case Study Research. London: Sage Publications.

Uchenna, O., Uruakpa, P. C., Uche, E. (2018). Impact of telecommuting on employees’ performance: a focus on telecommunication out-fits in owerri, imo state. ideas spread - Journal of Economics and Management Sciences.

Victoriano-Habit, R., & El-Geneidy, A. (2023). Studying the Interrelationship between Telecommuting during COVID-19, residential local accessibility, and active travel: a panel study in Montréal, Canada. Transportation, 1-18. https://doi.org/10.1007/s11116-022-10369-7.

Weymer, A. S. Q., & Maciel, C. D. O. (2014). A influência da sobrequalificação e da aprendizagem sobre a satisfação do indivíduo no trabalho. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 16, 96-109. https://doi.org/10.7819/rbgn.v16i50.1639.

Weymer, A. S. Q., & Moreira, V. R. (2017). O papel da liderança transformacional na reconstrução de significados compartilhados de uma unidade estratégica de negócios da área da saúde. Revista de Gestão em Sistemas de Saúde, 6(1), 23-31.

Yin, R. K. (2015). Estudo de caso: planejamento e métodos. (5. ed.) Porto Alegre: Bookman.




Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.