Fotografar para Compreender: Relato de Experiência e Reflexões a partir das Lentes Trabalho, Gestão e Subjetividade
Texto completo:
PDFResumo
O presente artigo parte da ideia de que os modos de trabalhar têm implicações diretas na constituição do sujeito, e constitui-se de um relato de experiência referente a uma atividade fotográfica desenvolvida em disciplina de um Programa de Pós-Graduação em Administração. Objetiva refletir sobre o uso da fotografia como potencializador da compreensão teórica em Administração. Aproxima-se, assim, do conceito de autoetnografia de Jones (2005) que busca tecer conexões entre vida e arte, experiência e teoria. O artigo apresenta um panorama teórico sobre “fotografia” e “trabalho, gestão e subjetividade”, que embasou as atividades realizadas na disciplina. Desenvolvemos reflexões a partir de duas narrativas a respeito da vivência desafiadora de fotografar práticas de trabalho e de gestão no cotidiano. Discutimos acerca dos modos de estudar, considerando os múltiplos papéis a que são desafiados os integrantes de pós-graduação nos contextos de ensino-aprendizagem, pesquisa e extensão. Argumentamos em favor da interação da arte com a produção científica, por entender que a experiência levou à qualificação do olhar e, assim, possibilitou novas formas de apreensão da teoria em campo.
Palavras-chave
Referências
Bauman, Z. (2009). Vida Líquida (2ª ed.). Rio de Janeiro: Zahar.
Bauman, Z. (2011). Vida em Fragmentos: sobre a ética pós-moderna. Rio de Janeiro: Zahar.
Cavedon, N. R. (2005). Fotoetnografia: a união da fotografia com a etnografia no descortinamento dos não-ditos organizacionais. Organizações & Sociedade, 12(35), 13-27.
Davel, E., Vergara, S. C., & Ghadiri, D. P. (Orgs.). (2007). Administração com Arte: Experiências vividas de ensino-aprendizagem. São Paulo: Atlas.
Deleuze, G. (1992). Conversações. São Paulo: Editora 34.
Deleuze, G., & Guattari, F. (2011). Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia (Vol. 1, 2ª ed.). São Paulo: Editora 34.
Deleuze, G., & Guattari, F. (2012). Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia (Vol. 5, 2ª ed.). São Paulo: Editora 34.
DeLuca, G. & Rocha-de-Oliveira, S. (2015). Desenhando uma Trajetória Profissional no Campo da Tatuagem. Anais do Encontro da ANPAD, Belo Horizonte, MG, Brasil, XXXIX.
Demo, P. (2000). Metodologia do Conhecimento Científico. São Paulo: Atlas.
Demo, P. (2001). Pesquisa: princípio científico e educativo. São Paulo: Cortez Editora.
Fernandes, M. E. (2011). Imagem e olhar em pesquisa: para além do visível. Revista Hospitalidade, 8(2), 38-51.
Flick, U. (2009). Uma introdução à pesquisa qualitativa (3ª ed.). Porto Alegre: Bookman.
Gaulejac, V. (2007). Gestão como Doença Social: ideologia, poder gerencialistas e fragmentação social. São Paulo: Ideias e Letras.
Godoi, C. K., & Uchoa, A. G. F. (2016, outubro). Metodologia Qualitativa Discursivo-Imagética: do contexto da produção às possibilidades de recepção da imagem. Anais do Congresso Brasileiro de Estudos Organizacionais, Porto Alegre, RS, Brasil, IV.
Gondim, S. M. G., Feitosa, G. N., & Chaves, M. (2007). Imagem do Trabalho: um Estudo Qualitativo Usando Fotografia em Grupos Focais. Revista de Administração Contemporânea, 4(11), 153-174.
Gorz, A. (2005). O Imaterial: conhecimento, valor e capital. São Paulo: Annablume.
Grisci, C. L. I. (2011). Trabalho Imaterial. In A. D. Cattani, & L. Holzmann. Dicionário de Trabalho e Tecnologia. Porto Alegre: Zouk.
Guran, M. (2011). Considerações sobre a constituição e a utilização de um corpus fotográfico na pesquisa antropológica (Relatório final de Pós-Doutorado/ 2004-2005 - Autorizado para publicação em Rio de Janeiro/2011), São Paulo, SP, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da USP, Universidade de São Paulo.
Guran, M. (2014). Identidade Agudá espelhada no tempo: fotografia como instrumento de pesquisa social – um relato de experiência. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi Ciências Humanas, 2(9), 557-565.
Ipiranga, A. S. R. (2016, outubro). A Imagem Fotográfica como uma Questão de Método. Anais do Congresso Brasileiro de Estudos Organizacionais, Porto Alegre, RS, Brasil, IV.
Jones, S. H. (2005). Autoethnography: making the personal political. In N. K. Denzin, & Y. S. Lincoln. Handbook of Qualitative Research (3rd ed.). Sage Publications: Thousand Oaks, California.
Junquilho, G. S., & Gonçalves, M. G. D. (2007). Fotografia no ensino e aprendizagem da consultoria. In E. Davel, S. C. Vergara, & D. P. Ghadiri (Orgs.) Administração com Arte: experiência vividas de ensino-aprendizagem. São Paulo: Atlas.
Lazzarato, M., & Negri, A. (2001). Trabalho Imaterial: formas de vida e produção de subjetividade. Rio de Janeiro: DP&A.
Madden, L. T., & Smith, A. D. (2015). Using photographs to integrate liberal arts learning in Business Education. Journal of Management Education, 1(39), 116-140.
Mansano, S. R. V. (2009). Transformações de subjetividade no exercício do trabalho imaterial. Revista Estudos e Pesquisas em Psicologia, 2(9), 512-524.
Mansano, S. R. V., & Carvalho, P. R. (2015). Políticas de subjetivação no trabalho: da sociedade disciplinar ao controle. Psicologia em Estudo, 4(20), 651-661.
Maurente, V., & Tittoni, J. (2007). Imagens como estratégia metodológica em pesquisa: a fotocomposição e outros caminhos possíveis. Revista Psicologia e Sociedade, 3(19), 33-38.
Morgan, G. (1996). Imagens da Organização. São Paulo: Atlas.
Paço-Cunha, E. (2009). Administração com Arte. (Resenhas Bibliográficas). Revista de Administração Contemporânea, 4(13), 700-701.
Pecharromán, I., & Pozo, J. I. (2006). ¿Cómo sé que es verdad?: epistemologías intuitivas de los estudiantes sobre el conocimiento científico. Investigações em Ensino de Ciências, 2(11), 153-187.
Pozo, J. I. (2002). Aprendizes e Mestres. Porto Alegre: Artmed Editora.
Prestes, V. A., & Grisci, C. L. I. (2016, julho). Trabalho imaterial de modelo de moda: a fotografia como lugar de memórias e recurso disparador da fala. Anais do Congresso Ibero-Americano em Investigação Qualitativa, Porto, Portugal, 5.
Ray, J. L., & Smith, A. D. (2012). Using Photographs to Research Organizations: Evidence, Considerations, and Application in a Field Study. Organizational Research Methods, 2(15), 288-315.
Samain, E. (2012). As peles da fotografia: fenômeno, memória/arquivo, desejo. Visualidades, 1(10), 151-164.
Tittoni, J., & Nardi, H. C. (2011). Subjetividade e Trabalho. In A. D. Cattani, & L. Holzmann. Dicionário de Trabalho e Tecnologia. Porto Alegre: Zouk.
Uchoa, A. G. F., & Godoi, C. K. (2016, outubro). Metodologias Qualitativas de Análise de Imagens: origem, historicidade, diferentes abordagens e técnicas. Anais do Congresso Brasileiro de Estudos Organizacionais, Porto Alegre, RS, Brasil, IV.
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.