O declarado e o não declarado na manifestação de lógicas institucionais: um estudo da prática do teatro em uma organização cultural

Bruno Eduardo Slongo Garcia, Queila Regina Souza Matitz
DOI: https://doi.org/10.21529/RECADM.2024003

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Resumo

Este estudo buscou compreender como uma organização cultural desenvolve a prática do teatro a partir da enculturação das lógicas institucionais. Para cumprir com o objetivo proposto, foi realizada uma pesquisa qualitativa com dados coletados por fontes documentais, entrevistas e etnografia. A análise dos dados se deu por meio da análise narrativa. As lógicas institucionais podem ser consideradas como uma troika entre sujeito, práticas e objetos, mediada por um bem e seus valores, em que foi possível identificar recursividade por meio da enculturação, a qual ocorre no nível declarado (intencional) e não declarado (não intencional). Desta forma, este estudo destaca como a organização cultural Art&Vida enculturou diferentes lógicas institucionais, como o teatro amador e o moderno. Ao acomodar os elementos nos níveis analíticos, o Art&Vida dispôs no nível declarado e não declarado, respectivamente o teatro é conduzido por meio de símbolos e atitudes, bem como se tornou uma representação e compõe as habilidades e esquemas dos atores. A partir da enculturação, a organização cultural modificou o significado dos elementos institucionais e formou a lógica institucional híbrida, a qual denominamos de teatro interiorano. Assim sendo, a recursividade ocorre para atender as necessidades da comunidade local. Este estudo contribui ao destacar que, embora as instituições sejam estáveis, existe abertura para a ação por meio da interpretação. Como pesquisas futuras, sugere-se compreender como a enculturação pode produzir lógicas institucionais híbridas em diferentes contextos.


Palavras-chave

institucionalismo; enculturação; artes cênicas; lógica institucional; teatro


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